Do Livro 'Caderno de Fogo', do Poeta Carlos Nejar.
Copiei estas linhas no intuíto que possam contribuir para o debate do último post.
Leiamos:
"A poesia sai da poesia (Emerson). Um livro sai de outros livros. E se reproduz a criação, sem reflexos. Só imagens, indefinidamente. Pondo a cabeça para fora da água: focas...
Até gerarem, pela acumulação, a enciclopédia sucessiva do tempo.
Não se responde a nada, salvo ao que nos fala dentro. Pegamos essas chamas-couve-flores. Devagar. Elas não nos queimam, porque tem abas noutra extremidade do mistério.
E eu vou explicando, por palavras, o que as chamas espalham.
Pode ser uma simples flauta, o toque mágico da metáfora. Pode ser uma letra deitada sob a pedra. Pode ser uma pedra."
A melhor história jamais deverá ser contada, assim como o melhor escritor jamais deverá escrevê-la...
Foi o que há uns tempos eu pensei, apoiado por alguma loucura extra.
Se a melhor história é aquela que guarda sutileza - não a toa. Porque até "Guerra e Paz ", (obra de mais de 1.500 páginas, de León Tolstói) é sutil.
Sutil dentro da sua mais apta verdade.
Mas não a toa, porque ou a busca é pra valer ou é melhor nem tentar nada com arte - que é maior expressão humana.
E o hipotético melhor escritor, por característica de sua humanidade tão intensa, desaba rumo a auto-anulação.
Daí escrever torna-se algo que não deve ser feito, seria um retrocesso.
Esse é um pensamento a ser reescrito.
Corre porém o risco de já o ter lido num dos escritores ídich. Tipo Peretz.
O POEMA
de uma história que não acaba...
Repousam canções
Ainda por fazer.
Em estado ideal
Tangem-se ao mundo
– destino fatal!
O vento as semeia
– por dias a fio...
embriagam novos amantes
que as saboreiam
como a linha que costura
aparece e se esconde
na vida tecida
– o hoje é incógnita.
Há o ontem que já foi
E o amanhã - que não virá –.